Maria Lopes

Maria Lopes

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ternura Vinícius de Moraes




Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amor

seja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando

Pela graça indizível

dos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura

dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer

que o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas

nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras

dos véus da alma...

É um sossego, uma unção,

um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta,

muito quieta

E deixes que as mãos cálidas da noite

encontrem sem fatalidade

o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes

2 comentários:

Lu Oliveira disse...

Olá,
Bem bacana a postagem!
Abraços,
Lu Oliveira
www.luoliveiraoficial.com.br

Professora Maria Lopes de Andrade disse...

Obrigada. Estas convida a voltar sempre. Maria Lopes.