Maria Lopes

Maria Lopes

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Tens os OLhos de Deus.






DISCOGRAFIA

11. TENS OS OLHOS DE DEUS

(Letra e Música de Pedro Abrunhosa)

Tens os olhos de Deus
E os teus lábios nos meus
São duas pétalas vivas.
E os abraços que dás,
São rasgos de luz e de paz
Num céu de asas feridas,
E eu preciso de mais,
Preciso de mais.

Dos teus olhos de Deus,
Num perpétuo adeus 
Azuis de sol e de lágrimas,
Dizes: ‘Fica comigo
És o meu porto de abrigo,
E a despedida uma lâmina!’.
Já não preciso de mais,
Não preciso de mais.

Embarca em mim,
Que o tempo é curto
Lá vem a noite
Faz-te mais perto.
Amarra assim 
O vento ao corpo,
Embarca em mim
Que o tempo é curto.
Embarca em mim.

Tens os olhos de Deus,
E cada qual com os seus
Vê a lonjura que quer,
E quando me tocas por dentro
De ti recolho o alento
Que cada beijo trouxer.
E eu preciso de mais,
Preciso de mais.

Nos teus olhos de Deus
Habitam astros e céus,
Foguetes rosa e carmim,
Rodas na festa da aldeia
Palpitam sinos na veia
Cantam ao longe que ‘sim!’.
Não preciso de mais,
Não preciso de mais.

Embarca em mim,
Que o tempo é curto
Lá vem a noite
Faz-te mais perto.
Amarra assim 
O vento ao corpo,
Embarca em mim
Que o tempo é curto.
Embarca em mim.

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Conheça mais na página de Ana Mouro Google Plus: https://plus.google.com/u/0/110837615307172328259/posts 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Prêmios e Selos recebidos pelos Blogs Maria Lopes.

Vídeos, Selos e Prêmios da Maria Lopes e Artes.

Café del Mar Ι Love You






CAFÉ DA MANHÃ, por Jefrson Sartori

Mesmo calado, volto ao meu café e, num último esforço para enxergar os passos dela que a distância me permite ver.

Trata-se de um ritual, mais necessário do que sagrado em si mesmo. Chego, sento sempre no lugar habitual, em uma mesa já quase na calçada da panificadora onde tomo o meu café da manhã. Faço meu pedido à mesma atendente de todos os dias, sempre com voz sonolenta e grave arranhando um "o de sempre", no que sou atendido com um gentil "só um minutinho" dito sempre já de costas, fruto da presteza da moça.
Há uma semana essa rotina foi interrompida, como interrompido hoje foi o preparo do meu desjejum para que eu pudesse escolher o que deveria substituir o doce de leite que está em falta (meu Deus, em falta o doce de leite!).

Voltando ao que dizia, minha rotina morna e chata de cafés da manhã foi interrompida por uma imagem que nestes últimos dias atravessa meu horizonte religiosamente no mesmo horário, com passos miúdos e quase ligeiros, sempre elegantes e postura ereta.
Meu pedido chega e, novamente, a tendente faz piada com a minha "cara de bobo", sugerindo que eu deveria convidar o foco de minha admiração dessas últimas manhãs para um café um dia desses. Resmungo diante da audácia que os muitos dias no mesmo local conferiram à essa jovem moça, morena, simpática que vê mais do que uma cara de bobo sentado tomando café antes de ir ao trabalho. Embarco nos devaneios e imagino o que ofereceria à jovem que me encanta, num eventual café da manhã? Sentencio a mim mesmo: Pão de queijo! Todo bom mortal aprecia um bom pão de queijo.
Mesmo calado, volto ao meu café e, num último esforço para enxergar os passos dela que a distância me permite ver.

Se bem que a ideia por um instante me pareceu ótima, e um café inofensivo. Seriamos como Adão e Eva num Édem sem a árvore do conhecimento do bem e do mal e por isso, sem restrições; apenas pães, doces (especialmente de leite), queijo, leite e café expresso, claro. Ainda fresca em minha memória a imagem de seus cabelos curtos, olhar firme  e acastanhados expõem tão somente intrepidez, com a qual seguramente governa sua vida (e a de algum incauto que a queira possuir), mas, seu vestido estampado e sapatos de bonecas denunciam uma frágil e doce menina, brincando debaixo da fantasia de balzaquiana, o silêncio que a acompanha nessa curta passagem de todas as manhãs à minha frente denotam haver em sua alma uma solitude de menina sozinha num jardim... Sei que toda mulher é antes, essa menina que almeja um ombro a que possa reclinar sua cabeça, e ouvir coisas bobas, bobas e meigas de um homem que a cuide, que não deixa o mundo lhe fazer male talvez, um bom homem com cara de bobo.
Meu café finalmente esfria, não me importo, me recomponho, pago e entro no meu dia novamente. Vou ao trabalho, faço votos que amanhã tenha doce de leite e quem sabe, pão de queijo.
Jefrson Sartori
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terça-feira, 7 de junho de 2016

Ana Carolina e Maria Gadu - Mais que a mim

ANA MOURA "FADO DAS ÁGUAS"


"FADO DAS ÁGUAS"


ANA MOURA (MEZZO TV) - "FADO DAS ÁGUAS"


Visitem a página (Ana Moura).
https://plus.google.com/u/0/110837615307172328259/posts

Barco Negro (Mariza)

Barco Negro (Mariza)

El barco negro, llamado asi por los japoneses debido al color de sus velas, es un barco comercial portugués de larga travesía (carabela portuguesa).


Mariza - O Tempo Nao Para

Mariza - O Tempo Nao Para

https://br.pinterest.com/pin/233131718185908168/

Ana Moura/**Até ao fim do Fim**/

**Até ao fim do Fim**/


Ana Moura/**Até ao fim do Fim**/

ANA MOURA - FADO LOUCURA

 FADO LOUCURA


ANA MOURA - FADO LOUCURA


https://youtu.be/lh9YHtZzHfk?list=RDI5_THt1Wrac

"O meu amor foi para o Brasil" Olimpiadas 2016 Rio de Janeiro "Aquele Abraço"

"O meu amor foi para o Brasil"  Olimpiadas 2016 Rio de Janeiro "Aquele Abraço"





http://mundoejecutivoexpress.mx/deportes/2015/11/19/mexico-podria-quedar-fuera-juegos-olimpicos-2016

Ana Moura *2015 TVI* O meu amor foi para o Brasil



LÚCIO ALVES - VALSA DE UMA CIDADE



Tema Oficial Olimpiadas 2016 Rio de Janeiro




Tim Maia - Aquele Abraço

Maria Lopes e Artes homenageia os visitantes de bandeira Portuguesa.

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Maria Lopes e Artes é considerado um Blog Popular nas redes sociais.
Obrigada por sua visita. Maria Lopes.

1.Brazil



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Os Portugueses estão entre os nossos maiores número de visitantes.
Se encontram no Terceiro lugar entre as bandeiras dos países 
que recebemos nos Blogues Maria Lopes.
Agradeço de coração a coração a preferencia neste universo que é a WEB.
Bem vindos os Brasil através do Blog Maria Lopes e a Arte do Espetáculo. 

 Gostar De Ti





Rita Guerra ... *** Gostar de Ti ***

http://www.portugal-live.net/P/essential/culture-arts.html

Artes Visuais

Escultura portuguesa

As origens da escultura portuguesa podem ser apreciadas através dos magníficos túmulos dos séculos XII a XV que se encontram por todo o país. No final do século XVIII, o ouro recém-descoberto no Brasil permitiu que o Barroco influenciasse de forma determinante a escultura nacional, sobretudo através do notável artista Machado de Castro (1731–1822).



As tradições neoclássicas e românticas de Itália e França inspiraram ainda Machado de Castro em finais do século XVIII, assim como Soares dos Reis um século mais tarde.

Pintura

No século XV, uma escola de pintores primitivos liderada por Nuno Gonçalves, autor dos notáveis “Painéis de S. Vicente de Fora”, terá produzido algumas das melhores obras de arte europeia da época, essencialmente de temática sacra.

O século XIX assistiu a um novo florescimento da pintura em Portugal, inspirado por um Romantismo tardio. A época de realismo naturalista que se seguiu foi substituída no século XX por um experimentalismo mais pessoal.

Arte contemporânea

Há vários artistas portugueses contemporâneos que deixaram a sua marca no mundo da arte. Maria Helena Vieira da Silva (1908–1992) é considerada uma das maiores pintoras abstractas do país, e Carlos Botelho (1899–1982) notabilizou-se pelas suas cenas de ruas de Lisboa.

Paula Rego tornou-se famosa pela sua pintura “narrativa”, tendo conquistado reconhecimento internacional sobretudo com as suas séries “Mulher Cão” e “Aborto”, na década de 1990.
A obra desta pintora está hoje representada nos mais importantes museus e galerias de arte contemporânea do mundo, incluindo a Tate Modern, em Londres, e existe um novo museu em Cascais dedicado em exclusivo à sua arte – a Casa das Histórias Paula Rego.
Azulejos

Entre as artes decorativas, a azulejaria portuguesa é especialmente notável. São numerosos os edifícios dos séculos XVI e XVII revestidos com painéis de azulejos azuis e brancos ou policromáticos, assim como alguns espaços interiores de igrejas ou palácios. Entre os exemplares mais famosos incluem-se os do Pátio da Carranca, no Palácio Nacional de Sintra; da Igreja de São Roque, em Lisboa; e da Quinta da Bacalhôa, em Azeitão, próximo de Setúbal.http://www.portugal-live.net/P/essential/culture-arts.html

Alberto Indio é assumidamente um compositor de canções. Nascido no Porto em 1980, o músico conta com um trajecto musical da forma mais apaixonada por esta arte que o faz respirar. Os seus temas cantados em Português, fazem claramente transparecer a expressão, sentimento e entrega à sua música.

  • Alberto Indio - QUERO-TE DIZER

Single do 2º trabalho de originais do músico portuense Alberto Indio. 2013/2014

QUERO-TE DIZER (letra e musica Alberto Indio)
Produção e arranjos: Rodolfo Cardoso

Bateria: Hugo Danin
Baixo: João André Piedade
Guitarra: Rodolfo Cardoso
Piano e Hammond: Claudio Souto
Coros: Patricia Antunes e Patricia Silveira
Videoclip filmado em 2013 nos Boom Studios
Hairstyle e Make up: Andreia Martin (Inês Pereira cabeleireiros)
Figurantes: Alberto Indio e Alex
Realizado por André Tentugal (Neutral Report)


segunda-feira, 6 de junho de 2016

domingo, 5 de junho de 2016

nana caymmi - minha nossa senhora


Maria Aprendiz implora a 

Nossa Senhora estenda a mão 

sobre o meu país.


                



Que que é isso que se costura
Na minha alma
Doce sutura, futura calma
Que a prece alcança na paz de Deus.
E até mesmo se há alguém que pense
Que a morte é sonho,
Melhor viver nessa vida um sonho
Que eu possa ver pelos olhos teus.
Pois sabendo que um dia é sempre
Chegada a hora,
Eu peço, oh Minha Nossa Senhora,
Que estenda a mão sobre o meu país.
Quem te implora é outra Maria,
A Maria qualquer, a Maria aprendiz.
Eu também quero ser
- quem não quer?
Quero ser feliz.




"A Maria Aprendiz implora a 
Nossa Senhora estenda a mão sobre o meu país". Nana Caymmi.


sábado, 4 de junho de 2016

Pro Jongo não se acabar, Jongo é Cultura.


Pro Jongo não se acabar, Jongo é Cultura.


Pro Jongo não se acabar, Jongo é Cultura.

Grupo Cachuera! - Saravá, jongueiro velho



Publicado em 5 de abr de 2013
O Samba Paulista e seus Batuques no Espaço Cachuera! - SP, em junho de 2012
Saravá Jongueiro Velho (Jeferson Alves de Oliveira)
Grupo Cachuera! - O Grupo Cachuera! é um coletivo de práticas e estudos das tradições populares de música e dança do Sudeste brasileiro, centrado na divulgação de duas vertentes principais desse repertório: os batuques de terreiro e as congadas. Todo trabalho desenvolvido pelo grupo baseia-se nas viagens de campo, na pesquisa teórico-bibliográfica e nos ensaios, realizados ao ar livre no campus da USP

O evento fez parte do projeto É Tradição e o Samba Continua...2012
O projeto, realizou 8 eventos sobre o Samba de São Paulo, reunindo 34 artistas representativos do samba de São Paulo no Memorial da América Latina, Espaço Cachuera e Auditório Ibirapuera em 2012.

O projeto proporcionou encontros memoráveis do samba paulista e da música popular brasileira, reunindo diversos artistas representativos do samba de São paulo e da cultura popular.
02/05/2012 -- Quinteto em Branco e Preto, Virgínia Rosa e Célia.
03/05/2012 -- Fabiana Cozza, Adriana Moreira e Tereza Gama.
04/05/2012 -- Dia das Comunidades do samba - Samba dá Cultura, Maria Cursi, Samba da Tenda e Pagode da 27.
05/05/2012 -- Mulheres - Ana Elisa, Elizeth Rosa, Graça Braga, Railídia e Dona Inah.
06/05/2012 -- Toinho Melodia, Chapinha, Osvaldinho da Cuíca e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco e Mestre Sala e Porta Bandeira.
20/05/2012 -- Comunidade Samba da Vela, Graça Braga, Tia Cida de São Matheus e Samba da Laje.

Em dois dias de espetáculo, o Grupo Paranapanema, recebeu diversos artistas em uma homenagem ao samba paulista, suas raízes e seus batuques.
Direção Artística: Luiz "Lobo" Fonseca
Sambas tradicionais, partido-alto, samba de terreiro, samba de bumbo, jongos, batuque de umbigada e congadas.
16/06/2012 - Grupo Paranapanema, Cássio "Portuga", Teroca, Toinho Melodia, A Quatro Vozes e Sambaqui (Samba de Bumbo).
17/06/2012 - Grupo Paranapanema recebe: Tião Carvalho, Marcelo Pretto, Seu Benedito e Família, Daniel Reverendo e Grupo Cachuera! (Roda de Jongo
Realização Por do Som
Patrocínio Brahma
Apoio Governo de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura, através do Proac, Programa de Ação Cultural
projeto selecionado pelo Ministério da Cultura – Funarte através do Prêmio Procultura de Apoio a Festivais e Mostras de Música.
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Jongo é Cultura e tradição em Valença.

Jongo é Cultura e tradição em Valença. 
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Jongo para Iemanjá - Griot, tribal, dandalua.wmv


Enviado em 3 de fev de 2012
Jongo realizado no dia 02 de Fevereiro para Iemanjá, estiveram presentes os grupos Griot, TRIBAL, Dandalua e Cia. Folclórica da UFRJ.
Este vídeo é um Registro feito pelo núcleo

Jongo e tradição em Valença
Quilombo de São José terá fim de semana de festa pela liberdade
Os tambores sagrados do jongo
Os tambores sagrados do jongo  (Foto: Fernando Souza)
Quilombola com seu instrumento
As crianças tem contato com a tradição através do jongo
Os quilombolas conquistaram seu direito a terra através do jongo
Os mais velhos passam a tradição do jongo para os mais novos
"No dia treze de maio,
é um dia muito bonito.
Todos pretos se reúnem,
meu Deus do céu,
pra saravá São Benedito"


A letra acima é de um jongo, ritmo tradicionalmente dançado no dia 13 de maio em homenagem aos pretos velhos e que na última década tomou os palcos do Brasil e do mundo. Muito mais do que uma dança, o jongo foi a arma utilizada pelos moradores do Quilombo São José, em Valença, na luta pela sua garantia de propriedade e pela preservação da cultura negra. Nos próximos dias 15 e 16, sábado e domingo, a comunidade abrirá novamente suas portas e estará em festa, comemorando, além da histórica abolição, mais um passo na conquista do direito a terra. Isso porque, em novembro passado, o Governo Federal assinou decreto de reconhecimento da comunidade como área de interesse social, a última etapa para concessão da terra para os moradores do quilombo de São José.

A festa do jongo, que acontece nesse fim de semana no quilombo, traz, além da dança, vários outros atrativos da cultura tradicional da região. Estarão presentes o calango, a folia de reis, as rezas, a medicina natural, a venda de produtos da agricultura familiar e do artesanato tradicional, e a já famosa feijoada, como avisa Toninho Canecão, líder do Quilombo:

"Nessa quinta nós já compramos o material pra fazer uma boa feijoada e receber todo mundo! Estamos montando as barracas e guardando um público maior do que no ano passado, que já foi de 2.500 pessoas" explica o irmão de Mãe Tetê, mãe de santo da comunidade. Cabe a ela, como líder espiritual do quilombo, um dos momentos mais emocionantes da festa: benzer todos os participantes, ao redor da fogueira, antes do jongo correr solto. "Antigamente nossa festa era fechada, só para os quilombolas, mas a partir da década de 1990 começamos a abrir a festa para o público em geral e hoje em dia já podemos notar que mais de 80% das pessoas que participam são de outras regiões."

O São José é um dos mais tradicionais quilombos em atuação no país. Ocupada pela mesma família, há cerca de 150 anos, a área de casas de pau a pique e telhado de palha conta hoje com mais de 200 moradores descendentes da etnia Bantú - com origem na antiga região do Congo-Angola (África Subsaariana) Tudo começou quando o fundador da comunidade, Pedro, veio em um navio de Angola para trabalhar nas lavouras do Vale do Paraíba, mais especificamente na Fazenda São José. Após o declínio da produção de café na região, seus descendentes continuaram morando nas terras onde antes tratavam o produto.

O músico Marcos André foi um dos primeiros a ter contato com a festa e as tradições da comunidade quilombola: 

"Fazia parte do Jongo da Serrinha, do mestre Darcy, e começamos a descobrir outros grupos que haviam no estado. Tive meu primeiro contato com o Quilombo São José em 97 e foi como descobrir o berço do jongo. Lá não tinha luz, que só chegou há quatro anos, e por ser um grupo composto por agricultores, todos da mesma família, que casavam entre si, ainda mantém quase o mesmo cenário de um século atrás."

jongo é utilizado também como forma de manter as origens e passar a tradição da cultura negra. A dança que veio da região de Congo-Angola para o Brasil, na época da escravidão, reverencia os ancestrais, os preto-velhos, e associa o religioso com o profano, já que é dançada de forma respeitosa, com os pés descalços e roupas utilizadas no dia a dia. Tambores sagrados são postos ao ar livre, onde dançarinos se benzem antes de começar a evoluir ao redor da fogueira com passos ritmados embalados por músicas que são passadas de geração a geração. Através da letra dos jongos, coalhadas de termo poéticos e de referências aos antepassados, os mais velhos passam sua tradição para os mais jovens, em um processo natural de transferência de memória oral e coletiva.

Festa e cidadania


Segundo Toninho, a comemoração do dia 13 de maio foi essencial para melhorar a estrutura do Quilombo:

"Nossa festa já foi capa de revista no Japão e manchete de jornal nos EUA, além de ter gerado o contato da comunidade com pessoas de todo o Brasil e do mundo afora. Hoje em dia a festa ajuda muito o nosso quilombo, já que conseguimos investimentos e melhorias estruturais, assim como adquirimos conhecimento para poder lutar pelo direito à nossa terra."

No dia 20 de novembro de 2009 o Presidente Lula assinou um decretoque levou à última etapa para a concessão do direito de propriedade da terra para os moradores de dois quilombos do estado, o de São José e o de Preto Forro, em Cabo Frio. Logo, a festa do próximo final de semana terá mais um motivo de comemoração: 

"Queremos nos manifestar a favor do direito de terra, além de poder ajudar outras comunidades que passam pelo mesmo processo" disse o líder da associação, que complementou: "sonhamos com o dia em que o proprietário dessas terras seja afastado. Ele chegou a oferecer dois bois por ano para que evitássemos a entrada de outras pessoas no nosso festejo. Tudo isso, porque a festa foi muito boa para nossa comunidade, já que adquirimos respeito internacional e nos fortalecemos na luta pela propriedade."

O jongo, hoje reconhecido como Patrimônio Imaterial, foi utilizado como instrumento para conquista da cidadania naquela região, já que o interesse das pessoas de fora, caracterizado como turismo étnico, deu força à comunidade, que também ganhou mais destaque com o documentário O Jongo ? Ritual e Magia no Quilombo São José, que pode ser visto aqui. De acordo com Marcos André, o uso da dança foi estratégico: 

"O mundo globalizado se volta para as identidades locais, buscando conhecer suas tradições. A partir disso, a comunidade quilombola ganhou visibilidade através do jongo, que trouxe fama e força tanto para região quanto para seus moradores. Todas as conquistas feitas pelos quilombolas são reflexo do poder da dança."

E as conquistas não foram poucas. Além da assinatura do decreto do presidente Lula e da chegada da luz elétrica, a comunidade recebeu tratamento de água e esgoto assim como melhorias na estrada que dá aceso ao Quilombo São José, hoje em dia facilmente encontrado devido às placas de sinalização instaladas há poucos anos. Além disso, segundo Toninho Canecão, hoje em dia quase todos os quilombolas da comunidade estão alfabetizados e a prefeitura de Valença presta a assistência necessária em relação à educação e assistência médica. A comunidade, então, sobrevive conservando suas raízes e com a dignidade que merece. 

Colaboração de Gustavo Durán (Na postagem original