Maria Lopes

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sábado, 17 de outubro de 2015

"Quarto em Arles", de Vincent Van Gogh

VINCENT VAN GOGH
1853-1890






Pintor holandês, expoente do PÓS-IMPRESSIONISMO (várias tendências que surgiram após o impressionismo, e que não significaram ruptura, mas desenvolvimento), juntamente com CÉZANNE e GAUGUIN.
Filho de um pastor luterano, teve um irmão que o precedera e que portava o seu nome, VINCENT VAN GOGH, falecido ainda criança. Cresceu vendo o seu túmulo.
Sua vida artística pode ser dividida em cinco diferentes fases:

Na primeira, seu estilo ainda não está cristalizado, seus quadros são muito escuros e retratam camponeses. Esta é uma fase de acentuado fanatismo religioso.

Na segunda, a de PARIS/FR, toma contato com a obra de artistas IMPRESSIONISTAS, PONTILHISTAS e com a VANGUARDA da época. Tudo é novidade, a liberdade de criação, o colorido e os temas. Ainda não encontrou seu estilo, e é auxiliado financeiramente pelo irmão THEO. Abusa da bebida e a sua saúde se fragiliza.

Na terceira, a de ARLES/FR, é onde aluga a célebre "CASA AMARELA". Encanta-se com a luz do "midi" e escreve diariamente para o irmão contando dos planos de montar uma escola para artistas. THEO convence GAUGUIN a ir fazer companhia ao irmão, e financia a sua viagem. VAN GOGH espera ansiosamente a chegada do amigo e é desta época o quadro "QUARTO EM ARLES".

A convivência com GAUGUIN ressalta as diferenças entre ambos. Mesm
o assim, um irá influenciar profundamente a obra do outro. VAN GOGH ensina GAUGUIN a usar o amarelo e este o ensina a usar o vermelho. Neste período, VINCENT
descobre seu estilo e cria seu código de cores. Amarelo significa luz, vida. Azul, morte. Em uma discussão sobre pintura, em um bar, VINCENT corta sua orelha e a envia a GAUGUIN, que, escandalizado, parte definitivamente.

Na quarta, a de SAINT RÉMY/FR, é internado, e o tratamento consiste em choques elétricos e banhos quentes e frios. Fica um ano, e faz muitas releituras, principalmente das obras de DELACROIX e MILLET, os quais muito admirava.

Na quinta, a de AUVERS-SUR-OISE/FR, onde vai se tratar com um médico homeopata amigo de PISSARO e CÉZANNE, tenta um tratamento à base de uma planta chamada DIGITALIS. Lá, fica 79 dias e produz 79 obras, num ritmo frenético. O tratamento começa bem, mas se deteriora, e ele acaba se suicidando. Hoje, sabe-se que a DIGITALIS é contraindicada para bipolares, a sua patologia.

VAN GOGH vendeu um único quadro em vida, em 10 anos de atividade. Pintou mais de 500 (aqueles mapeados), mas muito da sua obra se perdeu. Da primeira fase, quando da mudança de endereço de sua mãe, esta vendeu telas a quilo para evitar "entulhos". Da fase parisiense, ele mesmo destruiu boa parte, por não gostar mais delas.
Da fase de AUVERS-SUR-OISE/FR, a mais falsificada de todas, muitas obras são bem documentadas pelas cartas dirigidas ao irmão, que lhe enviava as telas e as tintas. Quando VINCENT morre, este espólio vai parar nas mãos do DR. GACHET que como pintor amador, copiou vários quadros, alguns presenteados pelo próprio VAN GOGH. Ocorre que algumas telas aparecem em duplicidade, como por exemplo, o célebre "RETRATO DO DR. GACHET". Uma delas, está no Museu d'Orsay/Paris, e a outra, com um colecionador japonês. Como uma é falsa, a dúvida seria saber qual delas. VINCENT escreve para THEO dizendo que vai pintá-la e a descreve minuciosamente como sempre. Desenha um croqui, detalhando a pose do DR. GACHET e todos os elementos que farão parte da obra, bem como a sua composição e cores. A tela do Museu não se enquadra perfeitamente na descrição, pois falta um livro que aparece na tela do japonês. Fora isso, exames mostram que são idênticas, como também as tintas e os pincéis usados.
Recentemente, em Paris, uma exposição demonstrou que o DR. GACHET copiou vários quadros, inclusive de CÉZANNE.



A única certeza na vida deste grande pintor é a maestria da sua obra, sua técnica inovadora e a maneira como expressou pictoricamente sentimentos profundos. VINCENT dedicou sua breve vida à pintura. Foi ela que o abateu e o redimiu. Ele foi um mártir da experiência de tentar fazer ver. De tudo o que experimentou, sonhou e tentou, a pintura foi a sua única certeza. VINCENT VAN GOGH não teve nenhum reconhecimento em vida, mas provou na morte o quanto era avançado em relação ao seu tempo. 

Tânia Bian

Texto:http://www.cursosintegradosdeartes.com/vangoghi.html