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Mostrando postagens de outubro 7, 2012
Tempo Calado
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Como passa!... A cada contar... A cada olhar... Como passa!... A cada passo dado, mesmo sem direção... A cada pensar, mesmo sem a tal Razão... A cada falar, mesmo sem sentido... A cada estrada, mesmo sem passado... A cada Sol, mesmo desacordado... A cada sonhar, deitado ou sentado... A cada contar, mesmo com o velho cuco parado... A cada sentir de prazer ou machucado... Sorrir sem sentido... Chorar sem motivo... Canção sem emoção... Sentado sem sua mão... Tempo sem coração... Tempo que passa mesmo estando calado... Sem que importe o lado, tempo que passa mesmo estando parado... Tempo calado traz o amanhã, esperançando um lindo novo passado!... Tempo que traz um rápido passar, para decidir entre olhar ou sonhar... Ir ou ficar... Ser feliz ou pensar... A cada pensar, lá se vai o tempo de ansiar... Tempo sem tempo... Tempo pra tudo, Tempo passado!... Na bela manhã, cada olhar, tempo acasalar... Vida tempo... Vendo o tempo na vida...
Falaram-me do tempo como da saudade
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Falaram-me do tempo como da saudade Falaram-me do tempo como da saudade. Falaram-me, como se a chuva fosse irmã do sol; como se a ave fosse irmã da montanha; como se o labirinto fosse irmão do impossível. Falaram-me de tudo e de mais alguma coisa. Até do céu, como se ele fosse a alegria da terra, vista pelo panorama das árvores. Falaram-me dos homens com os defeitos dos anjos e dos anjos com o sexo dos homens. Falaram-me de tanta coisa, que só de ouvir me cansei. Cansado, como se cansam os santos, os anjos. Os deuses. Dei comigo a vaguear pelo tempo. O tempo de espera, pois que todo o outro, o que então me sobrava - e era pouco - dera-o para mim, que tempo não tinha, senão a lonjura das ruas, delicadamente dispostas na simetria da cidade. E a cidade rondava com os aspectos. Com os aflitos. Com os medos e os defeitos. As delícias e os enganos. A cidade transparecia com a luz, no calor do dia, na sublimidade da noite. Tornava-se vaga, de mãos cheias, predispostas e adormecidas, ...