Maria Lopes

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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

PERDÃO IEMANJÁ

Maria Lopes e Artes.


  PERDÃO IEMANJÁ




                PERDÃO IEMANJÁ
Eu me lembro bem...
De quando a luta era contra os barquinhos
Contra os canudinhos
Que sujava o mar
Eu me lembro bem
Que a luta era contra os saquinhos
Que voavam e pousavam em corais marinhos
Carregando dentro deles
A beleza do mar
Eu me lembro que a luta nunca foi fácil
E sei que nunca será
Mas me dói
Saber que o que já era ruim
Que não parecia ter fim
Pior poderia ficar
Quem me dera
Se Iemanjá fosse apenas uma mulher
Que pudesse nadar
Pra poder se salvar
Mas Iemanjá é o mar
Que hoje chora sem parar
Ao olhar sua casa
No óleo se afogar
Lhe colocaram um véu negro e pegajoso
Que um povo corajoso
Insiste em tirar
Com as mãos na podridão
Da impunidade e da corrupção
O povo tenta secar além do óleo
As lágrimas de Iemanjá
Enquanto quem mais pode fazer esperneia
O povo enxuga gelo
Tirando o óleo da areia
Pobre da Sereia
Que em seu canto lamenta
Não poder mais ver a Lua Cheia
Que ilumina as manchas no mar.
Perdoa mãe,
Seus filhos sem consciência
Bendita seja sua benevolência
Em nos perdoar
Que no fim deste ano
Todos tenham o mesmo plano
De ir ao mar
Somente pedir:
"PERDÃO IEMANJÁ."
Texto: Jackelline Furuuti
                     

                      https://www.youtube.com/watch?v=JeJINwpSBEA

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