Maria Lopes

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Dia de Iemanja no Cais do Valongo

Maria Lopes e Artes

Dia de Iemanja no Cais do Valongo

 2 de Fevereiro é dia de Iemanjá

A rainha do mar é celebrada nas religiões de matriz africana, muito querida pelo povo de santo. No Rio de Janeiro, o dia é de muita fé e homenagem. 


                                                              LIGA O SOM



 Por ser o único ponto de desembarque do tráfico negreiro que restou preservado, o Cais do Valongo, já declarado patrimônio carioca e nacional, deve se tornar patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em setembro, uma comissão do órgão vistoriou o antigo atracadouro e a expectativa é de que em maio o Brasil saiba se são suficientes as condições apresentadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em um dossiê de 400 páginas. A decisão final será anunciada em junho de 2017.

A vista para um longo vale entre os morros da Conceição e do Livramento era o que aguardava os sobreviventes que desembarcaram no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, depois de uma viagem degradante entre a África e o Brasil, entre 1774 e 1843. Das 4 milhões de pessoas escravizadas do outro lado do Atlântico e que chegaram para o trabalho forçado na época da colônia, nas fazendas ou na contabilidade dos negócios, 1 milhão passaram pelo Valongo – o que torna o porto a principal porta de entrada de homens e mulheres escravizados nas Américas.

O Cais do Valongo foi desativado por leis que proibiam o tráfico transatlântico no século 19 e foi aterrado para receber a imperatriz Teresa Cristina, em 1843. Recentemente, durante obras de revitalização da região portuária, ele acabou redescoberto, com a ajuda de especialistas.

“A sociedade sempre se manteve atenta, os moradores da região sempre guardaram, na sua saga da oralidade, a força desse espaço; a academia, quando a escavação [das obras de revitalização] começou, imediatamente disse: 'Atenção, o Cais do Valongo está aí', quer dizer, a cidade, por meio de seus habitantes, nunca esqueceu o que se passou nesse pedaço de terra”, explicou o antropólogo e coordenador da candidatura do cais a patrimônio, Milton Guran.

No local, foram encontrados milhares de vestígios da passagem de africanos de várias partes. Entre os objetos, búzios do indo-pacífico, utilizados à época como moedas, além de colares, cachimbos, brincos e braceletes. São mil caixas, com 1,5 milhão de peças, guardadas em um galpão e que só devem ser expostas ao público em 2018. A prefeitura fechou contrato com um laboratório de arqueologia e um termo com o Ministério Público Federal para cuidar do material.

O ex-secretário executivo de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e morador do bairro Giovanni Harvey, que acompanha desde o início a criação do sítio histórico do Cais do Valongo, afirmou que o local é parte de um “quebra-cabeça' da diáspora africana.

“Há uma visão romantizada que acha que a chegada ao Cais do Valongo era a chegada do pai, da mãe e dos filhos, mas não é isso. É a chegada de uma pessoa que foi apartada de sua vida, de sua família, de tudo. Há três, quatro séculos, um ser humano era colocado em um barco sem ter nenhuma noção de para onde estava indo”, disse. “O cais é uma referência material, dá concretude a essa chegada de africanos escravizados”, acrescentou Harvey, que já esteve na Casa dos Escravos, em Goré, no Senegal, na Costa Oeste da África, onde os escravizados eram embarcados.

Na avaliação do ex-secretário, que já foi consultor das Nações Unidas, o reconhecimento do Valongo permite refletir sobre o passado e pensar o futuro, assim como o Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana, inaugurado em setembro nos Estados Unidos.

Milton Guran também aposta no tombamento do cais por ser um marco da violência da escravidão e único. “Este é o único porto de desembarque que se preservou materialmente no mundo, não tem outro”, afirmou. Ele lembrou que já foram tombados pela Unesco os portos de embarque de Goré, no Senegal, o Castelo El Mina, em Gana, e da Ilha de Moçambique.

O antropólogo, que estudou o retorno de pessoas escravizadas ao Benin, também defende a criação de um “memorial de celebração da herança africana” sobre a contribuição de africanos e de seus descendentes ao Brasil. “No dossiê da candidatura explicamos que todo o bairro do cais tem uma unidade e importância histórica”, citando, como exemplo, em frente ao Valongo, o prédio das Docas Dom Pedro II, projetado pelo engenheiro negro André Rebouças.

Pequena África

A região do Cais do Valongo, centro do comércio escravagista, também guarda vestígios de casas nas quais pessoas negras recém-chegadas da África eram vendidas como objetos, como mostram as imagens dos artistas Jean Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas e Maria Grahan. Bem perto, está aberto à visitação o Cemitério dos Pretos Novos, onde eram depositados corpos de jovens e crianças, principalmente, que não sobreviviam até a chegada ao Brasil.

Na mesma região, chamada de Pequena África pelo artista negro Heitor dos Prazeres, por influência da ocupação de africanos e seus descendentes, nasceram as primeiras associações que promoviam cortejos de carnaval (ranchos), candomblés e casa de angus.

“Não é à toa que o Rio de Janeiro é um polo de produção e renovação cultural no Brasil e no mundo”, disse, em vídeo do Iphan, a professora Martha Abreu, da Universidade Federal Fluminense, uma das autoras do dossiê de candidatura do cais a patrimônio.

Imagem e matéria extraída no Link:

https://www.brasildefato.com.br/2016/11/14/avanca-candidatura-do-cais-do-valongo-a-patrimonio-mundial 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

O Cineasta Wawá Carvalho faleceu no do dia 11/02/2024


Blog. Maria Lopes e Artes.

O  Cineasta Wawá Carvalho faleceu no do dia  11/02/2024

Ator, diretor e cineasta Wawá Carvalho, coordenador de Audiovisual da Secretaria de Cultura de Maricá, faleceu no dia 11/02/2024. 

Ivanir de Carvalho Costa. Historiador, com pós-graduação em Educação Inclusiva pela Universidade Gama Filho, deixou seu nome marcado na Luta pela igualdade racial sendo este, um dos temas mais debatidos na atualidade, para que o Brasil possa realmente avançar superando a desigualdade entre o próprio povo brasileiro.

Wawá Carvalho entre outros trabalhos.
 
Deixou como um dos marcos no resgate da real história de miscigenação racial brasileira, o filme Cais do Valongo Sangra da Terra, que narra a descoberta, em pleno século 21, no Rio de Janeiro, das ruínas de duas construções históricas: 

O Cais da Imperatriz, construído para receber Teresa Cristina – vinda da Europa para casar-se com Dom Pedro II – e o Cais do Valongo, considerado o maior porto de escravos das Américas do século 18. As redescobertas ocorreram durante as obras de drenagem da zona portuária, como parte do projeto Porto Maravilha.

“Além do Cais do Valongo, que recebeu mais de 1 milhão de escravos no século 18, foram descobertos ossos dos negros mortos próximo ao local. O documentário traz à tona este cais, que ficou 200 anos enterrado para esconder os vestígios da escravidão. E neste dia de combate à discriminação racial verificamos a importância deste achado para a história, pois não há nada tão real quanto este resgate, que retrata o sofrimento dos negros”, disse Wawá.


      

Feliz de Quem no final de sua caminhada deixa um legado de Luz a favor de seus descendentes.

Acredito que:  "- A arte tem o poder de transformar vidas". Maria Lopes.

                    Sonhos não morrem nunca, ficando a Esperança de Dias melhores! 

                                                                SIGA em PAZ!
         
                                                    Cineasta Wawá: “Filme narra achado histórico”