terça-feira, 9 de maio de 2023

8 de maio Dia do Artista Plástico.

 Maria Lopes e Artes. 

8 de maio Dia do Artista Plástico.


A arte é, sem dúvidas, a válvula de escape para qualquer pessoa, seja para quem a produz como também para quem a consome. Portanto, nada mais justo do que escolher um dia no ano para homenagear os artistas que dão a vida para que suas obras sejam reconhecidas.

Pensando nisso, foi oficializado que todo 8 de maio serviria para celebrar o Dia do Artista Plástico. Assim, desde 1950 esta data é usada para comemorar e ressaltar o bonito trabalho que esses profissionais desempenham no desenvolvimento artístico do Brasil.

Origem da data

O dia 8 de maio foi escolhido porque remete ao dia do nascimento de José Ferraz de Almeida Júnior, um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XIX.

Nascido em 1851, na cidade de Itu, no interior paulista, Almeida Júnior é considerado um percursor da temática regionalista na pintura. Nas obras que fez ao longo da carreira, o artista explorou personagens caipiras e anônimos em situações corriqueiras.

                                              Autoria de Lu Dias Carvalho



A composição Amolação Interrompida, do pintor brasileiro Almeida Júnior, é outra de suas  obras ligadas ao homem do campo, o seu tão prestigiado caboclo.

O quadro retrata uma paisagem rural, com apenas uma figura humana, o caipira, que se mostra trabalhando. Suas roupas humildes e sujas de barro retratam a sua dura faina: camisa branca, com mangas dobras nos antebraços, calças riscadas, enroladas próximas aos joelhos, e um lenço amarelo, com pequenas estampas cobrindo parte de seus cabelos negros. À direita, pendurado no cinto da calça, encontra-se uma enorme faca, dentro de uma bainha de couro.

O homem encontra-se num riacho, com uma pedra no meio, amolando o seu machado, fortemente agarrado pelo cabo de madeira, enquanto abana com a mão direita, cumprimentando alguém que vê, e, que interrompe o seu trabalho. Apesar de seu físico robusto e aparentemente jovem, seu corpo mostra as marcas da dura labuta e do sol. O rosto e o pescoço estão vincados por muitas rugas, enquanto veias salientes, próprias de quem pega no pesado, espalham-se pelos braços e pernas. A mão que cumprimenta é grossa, áspera e mostra os dedos com as unhas sujas.

Ao lado esquerdo do caipira estão seu chapéu de palha, no chão, e uma cabaça, dentro d’água, na beirada do riacho. Às suas costas está uma tábua, onde possivelmente a família lava roupa e vasilhames. Ao recurvar o corpo, o homem deixa à mostra o caminho que leva até a uma humilde casinha de barro, estando visíveis uma porta e duas janelas, uma de cada lado, dentro de um cercado de pau a pique. Próxima à casa, vê-se uma bandeira de santo, içada num mastro de madeira, o que mostra a religiosidade do caipira. Ao fundo, descortina-se uma mata.

Em muitas pinturas de Almeida Júnior, ele aventa a presença de uma segunda personagem, mas que não aparece no quadro. Em Leitura, ele mostra uma capa numa cadeira vazia, em Saudade, apresenta uma mulher com uma fotografia na mão, mirando-a, e em Amolação Interrompida, ele mostra o personagem gesticulando para alguém, como se se tratasse de uma fotografia.

Ficha técnica
Ano: 1894
Dimensões: 200 x 140 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil

Fonte de pesquisa
Almeida Júnior/ Coleção Folha

https://virusdaarte.net/almeida-junior-o-violeiro/

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