Maria Lopes e Artes.
Saudades não as Quero
"Difícil se torna, dada a vastidão da obra de Afonso Lopes Vieira, enumerar todos os escritos saídos da sua pena. Muitos deles acham-se disperses por grande número de jornais e revistas, sob a forma de artigos, cartas e entrevistas".
Afonso Lopes Vieira
Portugal
Saudades não as Quero
Bateram fui abrir era a saudadevinha para falar-me a teu respeito
entrou com um sorriso de maldade
depois sentou-se à beira do meu leito
e quis que eu lhe contasse só a metade
das dores que trago dentro do meu peito
Não mandes mais esta saudade
ouve os meus ais por caridade
ou eu então deixo esfriar esta paixão
amor podes mandar se for sincero
saudades isso não pois não as quero
Bateram novamente era o ciúme
e eu mal me apercebi de que batera
trazia o mesmo ódio do costume
e todas as intrigas que lhe deram
e vinha sem um pranto ou um queixume
saber o que as saudades me fizeram
Não mandes mais esta saudade,
ouve os meus ais por caridade,
ou eu então deixo esfriar esta paixão,
amor podes mandar se for sincero,
saudades isso não pois não as quero.
Afonso Lopes Vieira, in 'Antologia Poética'https://www.citador.pt/poemas/saudades-nao-as-quero-afonso-lopes-vieira
Veja mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Lopes_Vieira
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