Exposição “Invento o Cais” apresenta um panorama contemporâneo da arte ambiental, no Sesc Niterói, em 23 de novembro. Com curadoria de Julia Naidin, Fernando Codeço e Daniel Toledo, mostra reúne trabalhos de 14 artistas que participaram de residências artísticas imersivas promovidas pela CasaDuna, na praia de Atafona (RJ): Caroline Valansi, Daniel Toledo, Fernanda Branco, Fernando Codeço, Isabela Sá Roriz, João Paulo Racy, Julia Naidin, Lu By Lu, Mariana Moraes, Paulo Victor Santana, Raphael Couto, Tetsuya Maruyama, Sarojini Lewis e Thais Graciotti. Região é considerada pela ONU como uma das mais vulneráveis do mundo em função do aumento do nível do mar devido à emergência das mudanças climáticas.
Como criar a partir das ruínas e do caos? Este foi o desafio lançado aos artistas visuais participantes da residência de arte “CaosCaisCosmos”, realizadas em maio e julho de 2022 na praia de Atafona, no litoral norte do Rio de Janeiro. Conhecida mundialmente por representar as trágicas consequências da crise climática, a região se tornou o ponto de partida para uma experiência artística única promovida pela CasaDuna – Centro de Arte, Pesquisa e Memória de Atafona. Agora, o resultado dessa imersão pode ser conferido na exposição “Invento o Cais”, que inaugura em 23 de novembro no Sesc Niterói, sob curadoria de Julia Naidin, Fernando Codeço e Daniel Toledo.
Os artistas da residência foram convidados a trabalhar a partir das relações entre Natureza e Cultura em suas rupturas e continuidades. A erosão marinha em Atafona contesta os limites da (domin)ação humana sobre a geologia da Terra, evidenciando uma crise (e uma crítica) no espaço público comum. Ao longo dos anos, o avanço das águas do mar já destruiu mais de 500 construções na região. Hoje, o que se vê é uma paisagem desoladora e inquietante, que aponta um futuro provável também para outras zonas costeiras. “As obras estabelecem relações diretas e indiretas com a erosão e com a paisagem, centrando-se sobretudo em reflexões ambientais, coletivas e processuais. O objetivo é transfigurar a noção de corrosão, ampliando-a para além da destruição e abrindo novas perspectivas de mundo e de modos de adaptação e agenciamento”, explica a curadora Julia Naidin.
“Invento o Cais” reúne criações de 14 artistas nacionais e estrangeiros de diferentes gêneros e idades, todas desenvolvidas no contexto singular de Atafona, articulando a beleza bucólica, a história pesqueira resiliente e a força bruta da erosão. Para esta curadoria, foram revisitados trabalhos realizados em imersões anteriores em colaborações com a Escola sem Sítio (2019) e com o curador Andrés Hernández no projeto Erosões Visuais (2018), entre outros. São eles: Caroline Valansi, Daniel Toledo, Fernanda Branco, Fernando Codeço, Isabela Sá Roriz, João Paulo Racy, Julia Naidin, Lu By Lu, Mariana Moraes, Paulo Victor Santana, Raphael Couto, Tetsuya Maruyama, Sarojini Lewis e Thais Graciotti.
“São fabulações dos olhares de pessoas de origens diversas, que ressignificam o sentido da erosão e criam outras formas de coabitar o mundo a partir do caos, para oferecer uma perspectiva contemporânea e decolonial sobre a questão da emergência climática”, pontua o curador Fernando Codeço. Cinco trabalhos integram a mostra de vídeos e nove abrangem instalação, objetos, fotografias, pintura, colagem e performance, numa espécie de panorama da arte ambiental.
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