Maria Lopes e a Arte do Espetáculo.
Há realmente respeito na cultura de Maricá? Por que tantos brigam dizendo que querem lutar pelos "direitos dos artistas", mas na verdade não agem como "artistas direitos"?
Há quem questione a atuação da secretaria de cultura e do secretário, mas problemas à parte, essa gestão (e falo isso por direito, por estar estar aqui há 43 anos e sempre atuando) foi a que mais tem feito para os artistas da cidade. Mas são para todos? Não, sabemos que não, e é aí que todos precisam atuar (não apenas no palco para o público), mas atuar para si, para o colega profissional que está ao lado e passa por necessidades a olhos vistos desde sempre e potencializados pela pandemia. Quantos de pires na mão?
Ouvi sabiamente de um profissional do setor de entretenimentos, que não há sintonia nas conversas entre as secretarias. Também acho, cada uma "parece fazer o quer". Eu mesmo briguei desde 2021 para que todas as feiras (cada secretaria tinha a sua) fossem feitas pela cultura, mesmo que tivessem como ideia ou nascedouro outra secretaria. O prefeito concordou e determinou que isso acontecesse, mas tal determinação só durou até meados de 2022, quando a CODEMAR também entrou em cartaz e literalmente roubou a cena da cultura, do turismo e dos projetos especiais, passando a realizar e ancorar os eventos com as demais secretarias sendo coadjuvantes dos espetáculos.
Tudo bem, isso é uma questão orçamentária e organizacional do executivo municipal e como dizia minha avó "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Desde 2009 (primeiro ano do governo petista, vejo uma intenção (nem sempre tão boa) de criação de um conselho cultural na cidade. Foi neste ano que surgiu a ideia da criação de uma FUNDAÇÃO CULTURAL, mas logo nas primeiras reuniões, a secretaria de cultura e a fundação começaram a brigar pelo "poder". Pobre poder. Se trocarmos uma (apenas uma) letra de posição, esse PODER fica PODRE.
Tentativas, brigas, discussões e nada de sair um Conselho Cultural, com as câmaras setoriais. Houveram algumas tentativas, mas tudo naufragou. Pensou-se então em criar um FÓRUM CULTURAL em Maricá, e assim foi feito, mas este pouco fez pois também foi paralisado pela pandemia.
Sua presidente veio para reeleição em 2022 (deveria ter deixado o cargo para poder concorrer), mas vários problemas aconteceram (sinalizamos através do Barão vários), mas a quem de direito, "mandou tocar o barco" e com a desistência em cima da hora da chapa 2, a chapa 1 concorria sozinha e mesmo assim o processo da eleição foi conturbado e no final a atual presidente não eleita (não houve eleição, nem aclamação) e sim RECONDUZIDA ao cargo.
Na época, estavam acontecendo as reuniões para a III Conferência Municipal de Cultura. Conturbadas algumas, mas os projetos foram apresentados, houveram as eleições para as câmaras setoriais e após alguns outros imbróglios, os conselheiros eleitos tomaram posse. Um destes conselheiros, a presidente do Fórum Cultural de Maricá, que por regimento tanto do Fórum quanto do Conselho, não poderia estar ocupando os dois cargos. Vida que segue, seguiu!
No primeiro ano, as câmaras setoriais se reuniram, começaram reuniões e alguns trabalhos, e algumas já disseram para o que vieram e começaram a se fazer presente na vida cultural da sociedade maricaense.
E o Fórum, que na verdade tem a nobre missão de se o aparelho fiscalizador das câmaras setoriais e das ações da secretaria de cultura? O que fez?
2023
Na segunda feira 13 de fevereiro, na casa dos conselhos, às 18 horas aconteceu a primeira reunião do Fórum em 2023, onde a pauta era clara: 1 - calendário para 2023, 2 - ações e demandas para o primeiro trimestre e 3 - (e o que mais interessava aos presentes), leitura e momento para se tirar dúvida sobre o PROAC que irá injetar R$ 3,5 milhões na cultura da cidade, onde o secretário Sady Bianchin teve enorme responsabilidade na formatação do mesmo.
O Sr. Álvaro (da secretaria de cultura e expert na questão do PROAC), estava presente para poder tirar as dúvidas existentes.
Com um atraso que é de praxe em reuniões feitas por brasileiros, e lutando com o sinal da internet no local para realizar também a reunião on line, a presidente do Fórum inicia os trabalhos surpreendendo à todos e convidando um "artista" para fazer uma apresentação de abertura e pasmem, auferindo lucro com a tal apresentação. O fato abriu um precedente perigoso, pois todos, sem exceção poderão solicitar o direito de se apresentar nas próximas reuniões do fórum e principalmente, pedir para auferir lucros com a participação.
Após a quebra do protocolo digamos assim, a pauta é retomada e apesar de estar presente (apenas) um membro da diretoria do fórum, ninguém secretariou a reunião, onde houve a sugestão para que isso acontecesse para ser a mesma registrada em ata (o que é praxe e torna a reunião legal). Como ninguém se manifestou, houve a sugestão de que a mesma fosse gravada para depois o conteúdo ser transcrito para uma ata.
Me parece (espero estar errado), não houve gravação e a transmissão on line pelo MEET não permiti a gravação do encontro, ou seja, tudo o que aconteceu, se falou e ficou acordado, não poderá se comprovar de modo legal.
Como alguns começaram a interpelar a presidente que fazia uso da palavra, sugeriu-se a inscrição para as falas.
Ficou acordado que as reuniões do Fórum acontecerão na primeira segunda feira de cada mês. Definido isso, começou então a discussão sobre as ações e demandas do primeiro trimestre. A primeira inscrita a artista plástica e fazedora de cultura Priscilla Fontes, que foi questionar e entregar novamente (cópias de) documentos entregues e assinados pelos presentes na conferência de cultura realizada em Itaipuaçu para a formação do Conselho Cultural e ao tentar iniciar sua fala, para não ficar de costas para um determinado "artista" (aliás o único a estar ao lado da presidente do Fórum), este se dirigiu a Priscilla dizendo que não sairia do local pois estava querendo pegar um fresquinho (pois o mesmo quase monopolizou o único circulador do ambiente). Mesmo com o pequeno mal estar, Priscilla apresentou e entregou os citados documentos.
Este documento teve a assinatura de todos da Comissão Organizadora: Andrea Cunha, Álvaro, Raquel Simões e Erika Pessanha. |
UMA GRANDE PALHAÇADA
Infelizmente durante a intervenção do Sr. Léo, o "artista" que havia feito a abertura do Fórum auferindo lucro e se manifestou de modo inconveniente a uma solicitação de Priscilla Fontes antes de sua fala, deu um ataque e se levantando falou de modo grosseiro com os presentes sobre a condução da reunião que 'ele' achava estar errada. Batendo palma e dançando na minha frente quando interpelei e pedi que se colocasse no seu lugar, começou a ofender tanto a mim quanto à todos que o interpelavam.
Como há muito tempo não ia numa reunião do Fórum e achava que tudo estava melhor, que havia mudado os problemas e celeumas passadas, vendo que na verdade tudo andou para trás, resolvi sair (minha avó sempre me ensinou: os incomodados que se mudem ou se retirem), quando fui novamente interpelado pelo "artista" que parecia estar ali só para provocar picuinhas e desarmonia. O que me causou espécie foi ver a presidente do Fórum encolhida e passiva com a vergonhosa situação, que depois fiquei sabendo, este mesmo "artista" gritou com outros GRANDES ARTISTAS E REPRESENTANTES DA VERDADEIRA ARTE MARICAENSE e até estufou o peito colocando as mãos para trás para nosso grande cordelista Santini, em ato provocativo e desmedido, na verdade uma tremenda PALHAÇADA.
Fui saindo rumo ao meu carro ouvindo gritos e provocações, fato lamentável numa casa (olha só - DOS CONSELHOS) que acolheu os "artistas e fazedores de cultura" em uma reunião do Fórum.
Apesar de um arremedo de pedido de desculpas, todos os que ficaram não estavam mais satisfeitos com a presença do cidadão, e pouco a pouco foram saindo da reunião que acabou se esvaziando.
DAY AFTER
Como no filme, o DAY AFTER que deveria ser de contemporização e tentativa de apaziguar enquanto a poeira abaixava, alguns presentes externaram no grupo do Whatsapp do Fórum a insatisfação dos atos cometidos na noite anterior, mas para surpresa e indignação de todos, as mensagens foram apagadas do grupo e a artista Priscilla Fontes foi excluída do mesmo (não sei de outros também foram).
Mas ficaram os registros de alguns artistas que estiveram na noite lamentável, onde o que aconteceu foi uma tremenda BOLA FORA da direção do Fórum:
“Sugiro que as próximas reuniões sejam mais objetivas e que não se permita que as Assembleias do Fórum Cultural sejam abertas com shows. Reuniões do Fórum é um espaço para discussão de políticas públicas de cultura, não fazendo sentido esse espaço ser utilizado para palco de shows de palhaçaria. Imagina se todos artistas do Fórum forem requerer esse espaço para shows? Seria o caos e nada se resolveria.”
“Quero aqui manifestar meu posicionamento de Repúdio à falta de respeito à TODOS PRESENTES pelas violências do palhaço picuinha aos artistas mais velhos Nivaldo Costa, Santini e ao Jornalista Pery Salgado em atitude de violências verbais que chocaram a todos presentes sendo totalmente descabido e inaceitável tal comportamento, sobretudo a falta de pulso de Raquel Simões em permitir o enfrentamento com violência verbal, e quase física, com total falta de respeito aos outros artistas e trabalhadores presentes.”
O Objetivo do Fórum cultural é a interlocução com o poder público e com o conselho de cultura a quem cabe fiscalizar e encaminhar as demandas dos artistas. O Foco do Fórum Cultural deve ser a construção do CPF Cultural (Conselho, Plano Municipal e Fundo de Cultura). O Proac tem grupo próprio não cabendo ser discutido em assembleia.
Na Assembleia do Fórum foi encaminhado o Plano Municipal de Cultura desenvolvido durante as Pré-Conferência de 2019 pelo 4º Distrito, elaborado por mais de 60 trabalhadores da cultura e entregue na Última Pré-Conferencia de Inoã, recebido pela então secretária Andrea Cunha, atual vereadora da comissão de cultura, com assinaturas de toda a comissão organizadora. Fotos das assinaturas e do momento do ato de recebimento foram também entregues na assembléia, para que todos trabalhadores de cultura tomem ciência que se tem um plano de cultura como ponto de partida para os conselheiros de cultura para que possam tomar como base para o cumprimento necessário na atual etapa da construção do CPF Cultural, o plano municipal a que muitos novos integrantes não sabiam a existência.
O Plano Municipal de Cultura que discutiu em 2019 o Eixo temático Plano Municipal de Cultura já apontava para a necessidade das cadeiras Jornalismo, Gastronomia, Produção Cultural e LGBTQIA+ que até hoje ainda não foram acolhidas. Entende-se como necessário ainda a cadeiras dos Caiçaras, verdadeiros povos originários de Maricá que antecedem a vinda do povo indígena guarani que hoje habita na região da Restinga.
O Ano de 2023 deverá ter uma nova Conferência de Cultura, tendo sido a última realizada em dezembro de 2021 quando ocorreu a Eleição do Primeiro Conselho de Cultura.
A atitude machista do palhaço do Fórum Cultural foi apontada tecnicamente como misógina podendo ser definida ainda como Manterrupting Misoginia, Manspreading Misoginia, com violência não apenas às mulheres presentes mas à todos presentes como inaceitável que a presidente do Fórum Cultural de Maricá tenha aceito sem nenhum freio, interrupção ou repreensão as ações de violência verbal a que todos ficaram chocados, sobretudo as ofensas sofridas pelo Ator Nivaldo Costa que foi enfrentado aos berros beirando a violência física.
Após a manifestação de repúdio às violências no grupo do Whatsapp, a administradora Raquel Simões APAGOU MENSAGENS CENSURANDO AS DIVERSAS MANIFESTAÇÕES DE ARTISTAS EM REPÚDIO AS VIOLÊNCIAS OCORRIDAS NA ASSEMBLEIA, agravando ainda mais a falta de pulso e condução do Fórum Cultural, que se apresenta com direção ausente e não participativa das reuniões, estando apenas presente o Sr. Laerte que comparece sempre sem proferir nenhuma palavra.
Tais confusões se manifestam frequentemente NO Fórum Cultural como cortina de fumaça para que questões da Política Pública de Cultura necessárias aos trabalhadores da cultura NÃO SEJAM DISCUTIDAS.
MANTERRUPTING: Essa é uma atitude que consiste em interromper a mulher diversas vezes, de forma com que ela não consiga concluir sua linha de raciocínio em uma conversa. O termo ficou popular após um estudo feito pela Universidade de Yale concluir que senadoras americanas se pronunciam menos do que seus colegas homens de posições inferiores.
MANSPREADING MISOGINIA: A origem da palavra misoginia vem do idioma grego e significa “ódio à mulher”. O termo pode ser utilizado de diversas maneiras para indicar atitudes como exclusão social, discriminação, hostilidade ou até mesmo violência.
MISOGINIA: A origem da palavra misoginia vem do idioma grego e significa “ódio à mulher”. O termo pode ser utilizado de diversas maneiras para indicar atitudes como exclusão social, discriminação, hostilidade ou até mesmo violência.
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